quinta-feira, 19 de junho de 2008

Baixo Alentejo: Ficalho/Rosal de la Frontera

Para quem vem de Lisboa em sentido Sevilha ou vice-versa, a fronteira de Ficalho é a saída natural ou entrada para o nosso país. Apesar de ser uma via natural de saída, não é uma opção muito utilizada, talvez devido ao estado das estradas, designadamente o IP 8 e a N-433 espanhola. O valor paisagístico da região é muito elevado, visto estarmos perante uma área onde persiste a tradição do montado alentejano e da dehesa na parte da Andaluzia, que faz com que a cria o porco preto esteja particularmente desenvolvida, para além das indústrias agro-alimentares derivadas. Também é importante a oliveira, se bem em zonas que ficam mais longe da fronteira, nomeadamente entre Serpa e Moura, mas também o concelho de Barrancos.

Enquanto Vila Verde de Ficalho é uma tranquila e pacata aldeia alentejana, Rosal de la Frontera corresponde muito bem com os traços característicos de uma aldeia andaluza: marquises, grades nas janelas, etc. O comércio tem-se desenvolvido muito, se bem, nos últimos anos, o diferencial de preços em favor de Espanha, tem feito com que muitos portugueses vão lá encher o seu depósito de gasolina ou fazer algumas compras. Até o Día, que é o nome que recebe em Espanha, tem em Rosal o nome de Mini Preço!

Foto 1. Av. de Portugal em Rosal de la Frontera (Huelva, Andaluzia, Espanha).

Foto 2. Posto fronteiriço do Rosal (ao fundo).

Foto 3. Marco fronteiriço 1047 Portugal/Espanha.

Foto 4. Posto fronteiriço de Ficalho.

Foto 5. Vista geral de Vila Verde de Ficalho.

domingo, 15 de junho de 2008

Trânsito nos principais postos fronteiriços: Ligeiros

Quando falamos em trânsito nos principais postos fronteiriços temos de distinguir entre o trânsito de ligeiros e o trânsito de pesados. Obviamente não é a mesma coisa, já que o trânsito de pesados normalmente tem um carácter mais internacional: um camião pode sair do Porto ou Lisboa e ir até Madrid, Paris, Bruxelas ou Estugarda, por dizer algumas cidades europeias. O trânsito de ligeiros, no entanto, muitas vezes é local, misturando-se com aqueles que também fazem longas viagens. Embora não existam estatísticas nesse sentido, há que ter em conta os movimentos daquelas pessoas que vivem num país e vão trabalhar no vizinho: médicos espanhóis que trabalham em Portugal, portugueses que trabalham, por exemplo, na construção em Espanha, etc. Também existem pólos de atracção vários como podem ser Vigo e Badajoz para os portugueses ou Elvas e Chaves para os espanhóis, enquanto trânsitos locais.

O número de veículos diários tem muito a ver com a população mas também com a intensidade dos movimentos transfronteiriços. Quanto ao trânsito de ligeiros, os dez postos fronteiriços mais frequentados em 2004 eram, por esta ordem, os seguintes:

1- Tui - Valença (Ponte nova sobre o Minho): 14.604
2- Ayamonte - Monte Francisco (V. R de Santo António): 9.750
3- Elvas (Caia) - Badajoz: 8.096
4- Tui - Valença (Ponte velha): 5.369
5- Fuentes de Oñoro - Vilar Formoso: 5.356
6- Salvaterra do Minho - Monção: 4.970
7- Feces de Abaixo (Verín) - V. V. da Raia (Chaves): 4.279
8- Goián - V. N. de Cerveira: 3.208
9- Retiro (Campo Maior) - Badajoz: 2.143
10- Vva. del Fresno - São Leonardo (Mourão): 1.803

Uma análise rápida destes dados indica-nos que dos dez postos fronteiriços, cinco são entre Portugal e a Galiza, três entre Portugal e a Extremadura espanhola, um com Castela e Leão e outro com a Andaluzia. Portanto, verifica-se a forte intensidade dos contactos transfronteiriços entre a Galiza e a região Norte. Para além destes postos fronteiriços, existem mais sete que apresentam uma intensidade média >1000 veículos/dia, sendo que quatro desses também são galegos, um da Extremadura espanhola, outro da Andaluzia e mais outro de Castela e Leão.

O destaque, neste sentido, vai de forma muito clara para a Galiza. Somando os dois postos fronteiriços de Tui - Valença, a intensidade média diária é de cerca de 20.000 veículos/dia, o que significa que as relações transfronteiriças são muito fortes, uma vez que nem Tui nem Valença são zonas com muita população que justifiquem tal trânsito. Recordemos que não estamos a falar nem das povoações mais próximas a Vigo nem do Grande Porto. Mas há também resultados surpreendentes como a intensidade existente entre Salvaterra do Minho e Monção. Já no caso de Goián - V. N de Cerveira, temos de ter em conta que a nova ponte sobre o Minho abriu precisamente no ano de 2004, pelo que é muito provável que o trânsito hoje seja bem maior. Tendo em conta apenas os postos com > 1000 veículos/dia, os postos fronteiriços que ligam a Galiza com Portugal totalizam uns 37.721 veículos/dia, o que, sem dúvida, é uma quantidade importante.

A Extremadura espanhola é outra região que também se caracteriza pelos intensos contactos transfronteiriços. Isto é particularmente notável nos acessos a Badajoz, fazendo um total de 10.239 veículos/dia nas fronteiras do Caia e do Retiro, o que é mais uma amostra da importância das relações de Badajoz com Elvas e Campo Maior e que de certeza aumentaram ainda mais com factos como o preço dos carburantes ser mais barato em Badajoz ou o fecho da maternidade de Elvas. Com os restantes postos fronteiriços de >1000 veículos/dia, a Extremadura fica em segundo lugar com 13.225 veículos/dia em média.

A Andaluzia é a região que fica em terceiro lugar. A fronteira de V. R. de Sto. António é a segunda do país pelo seu trânsito. No entanto, é um trânsito reduzido relativamente à importância do turismo no Algarve, o que vem a demonstrar que o turista estrangeiro vem de preferência de avião e não de carro. Com tudo, não é uma quantidade desprezível, mas fica muito aquém das galegas. Com o posto de V. V. de Ficalho, o trânsito entre Portugal e esta região fica em "apenas" 11.180 veículos/dia.

Finalmente, Castela e Leão e a região com menos relações com Portugal, se bem isso tem muito a ver com a escassa população existente nas áreas fronteiriças e alguns obstáculos naturais como o Douro Internacional, chamado Arribes ou Arribas em Zamora e Salamanca. O trânsito dos postos de Fuentes de Oñoro - Vilar Formoso e Quintanilha - San Martín del Pedroso fazem um total de 6.735 veículos/dia em média.

sábado, 14 de junho de 2008

Alto Minho: Posto fronteiriço da Madalena

No vale do Lima, no meio de socalcos e montanhas íngremes que fazem parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, após passar aldeias como Entre-ambos-os-Rios, Britelo ou Cidadelhe, chega-se à aldeia do Lindoso, uma aldeia fronteiriça famosa pelo seu castelo e os espigueiros (destes últimos falarei em outra ocasião). A vida nestas zonas pertencentes ao concelho de Ponte da Barca parece que a vida moderna não faz qualquer sentido. Já na Galiza a situação não muda muito. A ligação fronteiriça destas terras faz-se pelo posto fronteiriço da Madalena, que permite a passagem entre ambos os dois países. Do lado do Lindoso podemos ver as encostas formadas ao redor do rio Lima, onde acaba a barragem do Alto Lindoso, uma barragem que se estende na sua maior parte por terras galegas.

A barragem do Alto Lindoso (encoro em galego) fez com que algumas aldeias ficassem submersas sob as águas da barragem como Aceredo, sendo que tiveram de serem construídas em outra localização como o designado caso de Aceredo Novo. Apesar disso, a barragem forma uma bela paisagem entre terras galegas e portuguesas. Estas terras fazem parte da comarca do Baixo Limia e parecem mesmo um entalhe em terras portuguesas, já que ficam por perto outras fronteiras que ligam os concellos de Lobios e Entrimo ao Castro Laboreiro e à Portela do Homem.
São, sem dúvida, umas terras que vale a pena visitar para entrar em contacto com a Natureza e fazer uma viagem a um passado não tão longínquo. Razões há muitas. Só tem de encontrar a sua.
Foto 1. Posto fronteiriço da Madalena da parte de Portugal.
Foto 2. Posto fronteiriço da Madalena da parte da Galiza.Foto 3. Castelo de Lindoso.
Foto 4. Barragem do Alto Lindoso visto da ponte que liga Aceredo Novo (Lobios, Galiza) com A Terrachá (Entrimo, Galiza).

Ligações transfronteiriças-III

(Continua)

Seguindo com as ligações transfronteiriças, na região do Alentejo encontramos as seguintes:

ALENTEJO - EXTREMADURA.

-Cedilho - Montalvão: 245.
-La Fontañera - Galegos: s/d
-Valência de Alcântara - Marvão: 953
-La Rabaza (La Codosera) - Rabaça: 150
-El Marco (La Codosera) - Marco (Arronches): 384
-Alburquerque - Ouguela (Campo Maior): 144
-Retiro (Campo Maior) - Badajoz: 2.143
-Elvas (Caia) - Badajoz (Caya): 9.615
-Olivença - Ajuda*: 879
-Villanueva del Fresno - São Leonardo (Mourão): 2.044
-Valencia del Mombuey - Amareleja: 231


ALENTEJO - ANDALUZIA

-Encinasola - Barrancos: 256
-Rosal de la Frontera - Sobral de Adiça: s/d.
-Rosal de la Frontera - V. Verde de Ficalho: 1.696
-Paymogo - Vales Mortos: s/d


ALGARVE - ANDALUZIA

-Ayamonte - Monte Francisco (V. R. de Santo António): 10.469

* Seria uma fronteira de facto visto que Portugal não reconhece a soberania espanhola sobre Olivença.

Baixo Alentejo: Barrancos/Encinasola

No Baixo Alentejo, numa das zonas mais esquecidas do país, encontramos a vila de Barrancos, a uns 30 km. das povoações portuguesas mais próximas (Amareleja e Safara) e a 10 km. da aldeia espanhola de Encinasola. Não admira que se tenha desenvolvido aqui um falar próprio conhecido como 'barranquenhu' que mistura tanto o português alentejano com o dialecto andaluz do espanhol e ainda traços asturo-leoneses. Em Barrancos o destaque vai para a agricultura e a indústria agro-alimentar pelo desenvolvimento da indústria dos enchidos do famoso porco preto, sendo que o presunto é a estrela, mas não só. A grande propriedade e o montado alentejano são algumas das características destas terras que escondem a sua beleza, mas que estão à espera de que o viajante, o visitante as encontre e as aprecie.

A própria vila ergue-se sobranceira sobre um outeiro a apenas 1 km. da fronteira e o seu casario combina a tradição alentejana com traços das aldeias espanholas vizinhas. Há ainda o castelo de Noudar, muito importante na época da Reconquista, e praça conquistada definitivamente para o nosso país pelo rei D. Dinis em 1295, pouco antes do Tratado de Alcanices, já que a margem esquerda do Guadiana tinha estado na posse de Castela, incluindo este castelo e ainda os de Serpa e Moura, feito confirmado pelo Tratado de Badajoz de 1267. Neste sentido, o castelo de Noudar foi uma peça-chave nas disputas e litígios entre Portugal e Castela até à sua definitiva re-incorporação ao nosso país. Este património e a paisagem natural envolvente são umas mais valias para ficar por cá pelo menos um fim-de-semana. Não acham?

Foto 1. Fronteira luso-espanhola Barrancos/Encinasola.
Foto 2. Vista geral de Barrancos.
Foto 3. Meandro da Ribeira de Ardila vista do castelo de Noudar. A margem direita é espanhola (província de Badajoz) e a esquerda é portuguesa.
Foto 4. Torre de Menagem do castelo de Noudar.

Foto 5. Paisagem de montado alentejano vista do castelo de Noudar.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ligações transfronteiriças-II

(Continua)

NORTE - CASTELA E LEÃO:

-Calabor - Portelo: 408
-Rihonor - Rio de Onor: 74
-San Martín del Pedroso - Quintanilha: 1.718
-Três Marras (Alcanices) - S. Martinho de Angueira: 70
-Moveros (Igreja de N. S. da Luz) - Constantim: 70
-Moralina - Miranda do Douro: 800
-Fermoselle - Bemposta: 978
-Saucelle -Freixo de Espada à Cinta: s/d


CENTRO - CASTELA E LEÃO:

-La Fregeneda - Barca de Alva: 936
-La Bouza -Escarigo: 40
-Aldea del Obispo - Vale da Mula: 60
-Fuentes de Oñoro -Vilar Formoso: 7.460
-Alamedilha - Batocas: 50
-La Alberguería de Argañán - Aldeia da Ponte: 503
-Navasfrías - Lageosa: 30
-Navasfrías -Aldeia do Bispo: 5


CENTRO - EXTREMADURA:

-Valverde del Fresno - Penamacor: 1.315
-Moraleja - Termas de Monfortinho: 520
-Piedras Albas - Segura: 256

Ligações transfronteiriças-I

Para falarmos em ligações transfronteiriças por estrada, resultam úteis os documentos da OTEP (Observatório Transfronteiriço Espanha-Portugal). No seu documento 4 que achei no site do Ministério de Fomento espanhol (Infelizmente o nosso MOPTC não fornece esses dados), há algumas informações interessantes que gostaria de salientar para o facto da importância do trânsito transfronteiriço. Tal documento é do ano 2006 e refere-se a dados do ano 2004 pelo que é possível ter havido mudanças nesse sentido. Como os dados são muito extensos, vou dar os pormenores a pouco e pouco com o intuito de fornecê-los e depois tirar daí algumas conclusões.

A região Norte é, de longe, a que mais ligações tem por estrada com o país vizinho. Em 2004 eram as seguintes (Indica-se também a Intensidade Média Diária que resulta da soma do trânsito médio de Veículos Ligeiros e Veículos Pesados):

NORTE-GALIZA:

-Goián -V. N. de Cerveira: 3.208
-Tui - Valença (ponte nova): 16.798
-Tui -Valença (ponte velha): 5.569
-Salvaterra do Minho - Monção: 6.000
-Arbo - Melgaço: 1.413
-Ponte Barxas - São Gregório: 1.076
-Ponte Barxas/Azoreira - Castro Laboreiro: 15
-Guxinde (Entrimo) - Castro Laboreiro (Ameijoeira): 1.478
-Aceredo Novo - Lindoso: 1.416
-Torneiro - Portela do Homem: 189
-Requiás (Muiños) - Tourém: 150
-Calvos de Randín - Tourém: 184
-Baltar - Sendim (Montalegre): 562
-A Xironda (Cualedro) - Vilar de Perdizes (Montalegre): 80
-A Xironda (Cualedro) - Santo André (Chaves): 30
-Rabal (Oimbra) - Vilarelho da Raia (Chaves): 50
-San Cibrao (Oimbra) - Vilarelho da Raia (Chaves): 10
-Espiño (Oimbra) - Soutelinho da Raia (Chaves): 20
-Feces de Abaixo - V. Verde da Raia: 4.810
-Soutochao (Vilardevós) - Segirei: 150
-Terroso (Vilardevós) - São Vicente: 80
-Vilarello (Vilardevós) - Mairos: 50
-Arzádegos (Vilardevós) - Trabancas: 80
-Mesón de Erosa (A Gudiña) - Cisterna: 10
-Esculqueira (A Mezquita) - Pinheiro: 100
-Manzalvos (A Mezquita) - Moimenta: 139

terça-feira, 10 de junho de 2008

Alto Alentejo: Galegos/Puerto Roque

Para quem vem de Portalegre, Castelo de Vide ou Marvão, a melhor forma de chegar à Extremadura espanhola é pela fronteira de Galegos/Puerto Roque, que liga estas localidades com as de Valência de Alcântara e Cáceres. Nunca foi uma fronteira muito transitada porque tem a concorrência da fronteira de Elvas/Caia e porque as estradas, não sendo más, também não são uma ligação rápida com nenhum ponto do nosso país. Trata-se de uma zona com muito pouca população, mas muito interessante do ponto de vista do património e da natureza. Ficam por perto Marvão, que se ergue, sobranceira, sobre uma montanha, e Castelo de Vide, onde o destaque vai para a Judiaria. Para além de estas povoações, a visita não ficaria concluída sem um passeio pela Serra de São Mamede, onde também encontramos aprazíveis aldeias raianas num contexto natural que se destaca pela sua variada vegetação, apesar dos incêndios que têm assolado a zona. Do lado de Espanha há percursos interessantes sobre tudo para observar de perto inúmeras amostras de arte megalítica pois o número de antas ou mamoas é especialmente significativo. E claro, não pode faltar uma visita a Valência de Alcântara e deliciarmo-nos com umas cervejas (caña) e umas tapas.
Foto 1. Fronteira portuguesa (Galegos).

Foto 2. Fronteira espanhola (Puerto Roque).

Caminho a Europa

Caminho a Europa. Sim. Se partirmos de qualquer lugar do centro no nosso país ou até mesmo de Lisboa, a saída natural para a Europa é a fronteira de Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro. Para quem vai de Aveiro, Viseu ou Coimbra, tem mesmo de passar por esta fronteira. O mesmo se pode dizer de quem vem de Lisboa, Santarém, Abrantes, Castelo Branco, Covilhã e Guarda ou até mesmo Portalegre. A Guarda é onde confluem as autoestradas A-25 e A-23. Vilar Formoso e Fuentes de Oñoro são povoações de fronteira, muito viradas para o comércio: em Vilar Formoso, toalhas, faqueiros, enfim, orientado para os espanhóis; em Fuentes de Oñoro supermercados e o combustível. O aumento do preço dos carburantes em Portugal tem feito com que as filas nos postos de abastecimento em Fuentes de Oñoro sejam, às vezes, enormes, enquanto os postos de Vilar Formoso já fecharam. A maior parte dos camionistas que vão para França ou Alemanha têm de passar por cá. É por isso que esta fronteira tem um trânsito muito intenso. Em breve a passagem por esta zona deixará de ser pela fronteira de sempre, uma vez que a autoestrada espanhola A-62 ficará ligada à A-25. Não muito longe fica Ciudad Rodrigo, importante cidade abaluartada, como a nossa Almeida, e mais além, a dois passos, Salamanca. Daí, Europa está a nossa espera...

Foto 1. Fronteira de Vilar Formoso.

Foto 2. Fronteira de Fuentes de Oñoro.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Baixo Guadiana: Alcoutim/Sanlúcar

A uns 30 km, da foz do Guadiana podemos encontrar duas vilas, frente a frente. Da parte da Andaluzia; Sanlúcar de Guadiana, da parte do Algarve, Alcoutim. Duas povoações banhadas pelo rio Guadiana, que as une e as separa ao mesmo tempo. Nem a entrada de Portugal e Espanha na União Europeia tem servido para que, finalmente, as duas vilas gémeas, possam estar unidas por uma ponte que as ligue. Entretanto, as ligações só podem ser feitas à moda antiga: de barco. Bom, só fica esperar... É por isso que, por enquanto, conformar-nos-emos com dar uma voltinha entre ambas num aprazível passeio pelo rio.
Foto 1. Sanlúcar de Guadiana vista de Alcoutim.
Foto 2. O rio Guadiana visto do embarcadouro de Alcoutim.
Foto 3. Hino dos contrabandistas, profissão muito frequente até há pouco tempo.

Foto 4. Ruas coloridas de Alcoutim.

A Foz do Minho.

Onde a Galiza acaba e Portugal começa, ou onde Portugal acaba e a Galiza começa. Duas nações irmãs separadas por uma fronteira que, neste ponto, é mais um lugar de encontro e de influências num e noutro sentido. Nós, portugueses, vamos até Tui, A Guarda ou Vigo; eles, galegos, vêm até Caminha, Valença ou Vila Nova de Cerveira. Mesma paisagem, dois países.

Foto 1. O rio Minho com o monte Santa Trega (Galiza) ao fundo perto da foz.
Foto 2. Foz do Minho.

Foto 3. Foz do Minho vista de Seixas (c. Caminha).

Foto 4. Foz do Minho (by night). Camposancos (A Guarda-Galiza) e Caminha, frente a frente, vistos do Monte Santa Trega.