Situado na freguesia e concelho de Barrancos, localidade da que dista uns 10 km., fica mesmo junto da fronteira, situado entre a Ribeira de Múrtega e a de Ardila, na margem esquerda do Guadiana.
Supõe-se uma primitiva fundação nos tempos dos muçulmanos, talvez para o século X ou XI, na linha do caminho que fazia ligação com Beja. Mas será após a sua Reconquista e pelo seu papel de guardião da fronteira que atingirá um papel de mais relevo. Se bem foi reconquistada pelos portugueses, será o rei Afonso X de Castela quem lhe dê foral em 1253, data na qual o território estavam na posse deste reino e fez parte do dote deste rei para D. Afonso III por este ter casado com a sua filha. No entanto, pelo Tratado de Badajoz de 1267, toda a margem esquerda do Guadiana ficou de novo em poder de Castela, já que o próprio rio foi estabelecido como limite fronteiriço, incluindo as fortalezas de Serpa, Moura e Noudar.
Será nosso rei D. Dinis quem consiga a posse definitiva da fortaleza pelo Tratado da Guarda de 1295, entre D. Dinis de Portugal e Fernando IV de Castela, tratado prévio ao Tratado de Alcanices de 1297, pelo qual se definiram as fronteiras entre o nosso país e Castela. Será em Dezembro de 1295 que D. Dinis outorgue foral à localidade, doando-a à Ordem de Avis com a condição de reconstruir o castelo em 1303, obras que acabaram, pelos vistos, em 1308, segundo duas inscrições epigráficas.
A vila receberia um Foral Novo em 1513 de mãos do rei D. Manuel I e pelos vistos constava de barbacãs circundando o castelo segundo indica o Livro das Fortalezas de 1509 de Duarte de Armas. Permaneceria sob a dominação espanhola, para além da época filipina, de 1644 até 1715, aquando da restituição definitiva pela Espanha consoante o estabelecido pelo Tratado de Utrecht de 1713.
O concelho de Noudar foi extinto em 1825, facto que motivou o declínio da povoação que optou por emigrar progressivamente à vila de Barrancos, da qual dependia. O castelo passaria a mãos privadas depois de ser arrematada a sua venda em hasta pública em 1893 e não seria até 1997 que a Câmara Municipal de Barrancos conseguiria adquirir o monumento, desenvolvendo-se desde então um plano de investigação arqueológica.
É, sem dúvida, um recanto com charme, que vale a pena visitar, não tanto pelo castelo, que também, mas sobre tudo pela inebriante paisagem das redondezas, que induz à calma e à reflexão.
Foto 2. Muralha sul.
Foto 3. Ribeira de Múrtega vista da muralha Oeste.
Foto 4. Muralha Oeste.
Foto 5. Terras espanholas das redondezas (província de Badajoz) vistas do Castelo de Noudar.
Foto 6. Muralha Norte e vista da Ribeira de Ardila.
Foto 7. Interior do Castelo.
Foto 8. Igreja.
Foto 9. Barrancos vista de Noudar.
Foto 10. Meandro da Ribeira do Ardila, sendo que a parte exterior é espanhola.
Foto 11. Planície alentejana vista do Castelo de Noudar.
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