A Raia está cheia de percursos interessantes que são culturalmente estimulantes e que resultam, para o viajante ávido de novas realidades culturais, um prazer para os seus sentidos a todos os níveis. Talvez possa estar enganado, mas acho que não existe nenhum percurso transfronteiriço como a Rota das Fortalezas da Raia que há entre Ciudad Rodrigo, San Felices de los Gallegos, o Forte da Conceição (na própria Raia, entre Vale da Mula e Aldea del Obispo) e Almeida. Uns situados na província de Salamanca, a vila de Almeida na Beira Interior, no distrito da Guarda. Já falei a respeito do Forte da Conceição. Hoje vou falar sobre a aldeia de San Felices de los Gallegos (em português São Felizes ou São Félix dos Galegos).
A aldeia de S. Félix dos Galegos recebe esse nome por ter sido repovoada alegadamente por galegos que vieram ocupar estas terras. A inclusão desta região no reino leonês foi relativamente tardia e teve muito a ver o facto de Ciudad Rodrigo ter sido elevada a sede da diocese homónima em oposição à de Salamanca. A região, no entanto, sempre foi importante do ponto de vista histórico e aí temos a antiga diocese de Caliábria, já da época dos suevos e dos visigodos, que hoje se relaciona com o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, situado perto de Figueira de Castelo Rodrigo, nas terras de Riba Côa, que pertenciam ao reino de Leão, o que vai motivar a construção de castelos de um e do outro lado da antiga fronteira, situada no Côa, como Castelo Rodrigo, Castelo Bom, Castelo Mendo, Sabugal ou Sortelha, para além do foral dado à cidade da Guarda em 1199.
A aldeia fica numa peneplanície perto do limite das arribas formadas pelo rio Águeda, afluente do Douro e relativamente perto também do conjunto arqueológico de gravuras paleolíticas de Siega Verde e que vêm a complementar o Parque Arqueológico do Vale do Côa, Património Mundial da Unesco. Responde às características das aldeias da região, com casas em pedra e um importante património medieval e renascentista fundamentalmente, épocas que coincidem com o auge máximo do território. Do ponto de vista histórico cumpre salientar o facto de que o Tratado de Alcanices de 1297 fez com que a aldeia fosse portuguesa e o castelo fosse construído pelo nosso rei D. Dinis. A data de re-integração em Castela segundo alguns historiadores teria sido em 1350 e segundo outros em 1476 no marco das frequentes rupturas das relações feudais que se davam nesta altura. De facto, a aldeia dista em linha recta a uma distância inferior a 15 km. de Escarigo numa linha imaginária que passaria por Puerto Seguro y La Bouza (Bouça). No entanto, a inexistência de estradas de ligação directa faz com que o percurso actual seja de mais de 50 km.
De resto, a aldeia tem uma vocação económica baseada na agricultura e na pecuária onde o clima faz possível já que nas encostas do Águeda encontremos as oliveiras apesar do clima rigoroso da região, muito frio e seco no Inverno e quente no Verão. Resulta particularmente indicado para um fim-de-semana pelas fortificações abaluartadas da Raia fazendo o percurso anteriormente descrito. A Primavera é a época mais adequada visto que não temos a afluência de turistas do Verão (e o calor!) nem o frio do Inverno e podemos-nos deliciar com umas terras verdejantes e viçosas.
A aldeia de S. Félix dos Galegos recebe esse nome por ter sido repovoada alegadamente por galegos que vieram ocupar estas terras. A inclusão desta região no reino leonês foi relativamente tardia e teve muito a ver o facto de Ciudad Rodrigo ter sido elevada a sede da diocese homónima em oposição à de Salamanca. A região, no entanto, sempre foi importante do ponto de vista histórico e aí temos a antiga diocese de Caliábria, já da época dos suevos e dos visigodos, que hoje se relaciona com o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, situado perto de Figueira de Castelo Rodrigo, nas terras de Riba Côa, que pertenciam ao reino de Leão, o que vai motivar a construção de castelos de um e do outro lado da antiga fronteira, situada no Côa, como Castelo Rodrigo, Castelo Bom, Castelo Mendo, Sabugal ou Sortelha, para além do foral dado à cidade da Guarda em 1199.
A aldeia fica numa peneplanície perto do limite das arribas formadas pelo rio Águeda, afluente do Douro e relativamente perto também do conjunto arqueológico de gravuras paleolíticas de Siega Verde e que vêm a complementar o Parque Arqueológico do Vale do Côa, Património Mundial da Unesco. Responde às características das aldeias da região, com casas em pedra e um importante património medieval e renascentista fundamentalmente, épocas que coincidem com o auge máximo do território. Do ponto de vista histórico cumpre salientar o facto de que o Tratado de Alcanices de 1297 fez com que a aldeia fosse portuguesa e o castelo fosse construído pelo nosso rei D. Dinis. A data de re-integração em Castela segundo alguns historiadores teria sido em 1350 e segundo outros em 1476 no marco das frequentes rupturas das relações feudais que se davam nesta altura. De facto, a aldeia dista em linha recta a uma distância inferior a 15 km. de Escarigo numa linha imaginária que passaria por Puerto Seguro y La Bouza (Bouça). No entanto, a inexistência de estradas de ligação directa faz com que o percurso actual seja de mais de 50 km.
De resto, a aldeia tem uma vocação económica baseada na agricultura e na pecuária onde o clima faz possível já que nas encostas do Águeda encontremos as oliveiras apesar do clima rigoroso da região, muito frio e seco no Inverno e quente no Verão. Resulta particularmente indicado para um fim-de-semana pelas fortificações abaluartadas da Raia fazendo o percurso anteriormente descrito. A Primavera é a época mais adequada visto que não temos a afluência de turistas do Verão (e o calor!) nem o frio do Inverno e podemos-nos deliciar com umas terras verdejantes e viçosas.










Ver S. Felix dos Galegos num mapa maior
Mapa 1. Mapa de situação.
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