Partindo da aldeia de Degolados e freguesia do concelho de Campo Maior achamos à direita da N371 uma estradinha alcatroada que nos conduz até aos montes vizinhos, mas também até à barragem do Abrilongo. Esta barragem está situada sobre a ribeira de Abrilongo, um pequeno riacho que nasce nas encostas da Serra de S. Mamede e faz fronteira com a Extremadura espanhola apartir da aldeia de Parra até a própria barragem antes de desaguar no río Xévora, afluente do Guadiana.
A particularidade da barragem é que parte dela está dividida em duas partes pela Raia, mas não pelo meio, como seria de esperar, mas sim apenas em parte. Quem vem de Degolados encontra-se com a estrada a passar acima da barragem até que, subitamente, deixa de estar alcatroada. É então substituída por um caminho de terra batida onde confluem outros caminhos que são fronteiriços.
A fronteira decorre então pelos arames farpados que delimitam os montados espanhóis vizinhos da Extremadura espanhola (em espanhol, dehesas), sendo que o caminho é inteiramente português, mas os campos são já espanhóis. É nesse contexto que aparecem dois marcos fronteiriços, o 716A e o 716B a marcar a Raia. Esse caminho conclui numa via morta que desaparece no fundo da barragem. Há, no entanto, a possibilidade de entrar em Espanha por outro caminho de terra batida que vai dar para este caminho e que liga a barragem com os montes (em espanhol, para os nossos leitores espanhóis, cortijos) extremenhos da vizinhança, que em nada se diferenciam dos portugueses no que respeita à sua utilidade económica como explorações agro-pecuárias.
Alguns dos arames farpados que delimitavam a fronteira deviam ser antigos, visto que é completamente visível o facto de alguns ficarem submersos na água. Como acontece sempre, podemos dar un pulo e mudar de país como quem muda de camisola...
De resto, a barragem fica situada numa região caracterizada pelo montado alentejano (ou se se preferir, alentejano-extremenho), com azinheiras e sobreiros como árvores mais representativas e resulta especialmente indicado para dar um passeio para quem quer entrar em contacto com a natureza ou quer passar uma tarde de primavera sossegado no meio de uma calmaria absoluta.
Foto 1. Ponto de ligação da estrada da barragem com o caminho de terra batida. A fronteira decorre pela zona delimitada pelos arames.
Foto 2. Marco fronteiriço 716B visto do lado de Portugal.Foto 3. Continuação do limite fronteiriço. À esquerda se inicia o caminho de terra batida já em terras espanholas e a fronteira continua pela lomba observada à esquerda após a zona delimitada pelo arame.
Foto 4. Marco fronteiriço 716A.Foto 5. Marco fronteiriço 716A com vistas para as vizinhas terras espanholas.
Foto 6. Panorâmica geral das terras espanholas visto do limite fronteiriço.
Foto 7. Panorâmica geral da barragem visto do limite fronteiriço (Norte).
Foto 8. Panorâmica geral da barragem visto do limite fronteiriço (Sul).
Foto 9. Continuação do limite fronteiriço nos arames farpados.
Foto 10. Terras espanholas vistas da cabeceira da barragem.
Foto 11. Vista geral da barragem.
Foto 12. Vista da barragem e dos montes alentejanos vizinhos.
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Mapa 1. Mapa de situação geral. O ponto azul indica a zona onde se inicia o percurso descrito nesta mensagem.
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