sábado, 27 de junho de 2009

Aldeias raianas: Montesinho

Na serra do mesmo nome, rodeada de montanhas, situa-se a aldeia de Montesinho, em pleno Parque Natural de Montesinho, que abrange as serras fronteiriças dos concelhos de Bragança e Vinhais, na Terra Fria transmontana.

O acesso à aldeia faz-se por uma estradinha alcatroada que se inicia na N103-1 à saída da também raiana aldeia do Portelo, na fronteira Portelo/Calabor, que liga Bragança com Puebla (Póvoa) de Sanábria (Seabra). A estrada sobe entre curvas no meio de uma floresta de coníferas, muito típica da região, onde não pode faltar uma fonte à esquerda onde podemos tomar água fresca serrana. Chegados ao alto, podemos contemplar uma visão geral da aldeia, no cruzamento entre a estrada que vai para a aldeia e a estrada (que se converte logo numa estrada de terra batida) que vai para a barragem de Lama Grande.

Montesinho é, como outras aldeias do Parque, uma «aldeia preservada», pelo que conserva bastante intacto o casario tradicional desta parte do Nordeste Transmontano. Ao contrário que as aldeias vizinhas, em Montesinho ainda se conservam os telhados de xisto, que entraram em declínio na região com a progressiva "modernização", ficando o xisto reduzido a aldeias como o próprio Montesinho, Rio de Onor ou Guadramil ou com misturas entre telha e xisto, como acontece na aldeia de Varge.

A maior parte das casas está construída em pedra de granito, com cobertura de xisto. Isto porque a região pertence a uma zona onde há um predomínio do granito. De facto, o acesso à barragem de Lama Grande não é lá muito complicado. A barragem, longe do que poderia parecer, fica num pequeno planalto com uma elevação superior aos 1 200 m. caracterizado pela existência de penedos rochosos arredondados pela erosão e calhaus de tamanho diverso, todos em granito.

A aldeia conta com um pequeno museu onde podem ver-se coisas relacionadas com a sua História, a sua caracterização geológica e os modos de vida tradicionais. Conta com estabelecimentos de turismo rural e alguns serviços, entre os quais não podem faltar os cafés. Como fica no alto, resulta ideal para dar um passeio no verão, já que não nos vamos sentir , em geral, incomodados pelo calor, longe da quentura que às vezes assola a cidade de Bragança. Trata-se de uma aldeia aprazível, onde os seus moradores continuam os seus modos de vida tradicionais sem renunciar a terem boas infra-estruturas como fica de manifesto nas suas ruas bem cuidadas e arranjadas.

Para quem desejar tomar um banho, a barragem de Lama Grande oferece boas oportunidades, para além das vistas para uma paisagem desolada na que o cume das montanhas que ficam para Leste fazem de limite fronteiriço e onde está situado, imediatamente, um parque eólico, já em terras de Calabor, aldeia sanabresa onde é falada uma forma de galego meridional influída pela nossa língua portuguesa o qual resulta óbvio ao ser a aldeia do Portelo a localidade mais próxima.

Montesinho é ainda a cabeceira do Alto Sabor, rio afluente do Douro, que nasce na vizinha Sanábria (Seabra) a menos de dois km. da fronteira e que passa a montante de Bragança. Sem dúvida, mais uma razão para visitar os recantos desta bela terra transmontana que é a Terra Fria onde o tempo parece que não passa e onde ainda é possível ver traços da vida de antigamente e uma natureza ainda viva.




Foto 1. Vista geral da aldeia de Montesinho.
Foto 2. Casario tradicional de granito em Montesinho.
Foto 3. Cobertura de xisto típica da aldeia.
Foto 4. Casas tradicionais transmontanas em Montesinho.
Foto5. Casa de pedra com motivos geométricos.
Foto 6. Barragem de Lama Grande.



Ver Montesinho-Mapa de localização num mapa maior

Mapa 1. Mapa de situação.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Fronteiras: Retiro (Campo Maior)/Badajoz

Situada perto da cidade de Badajoz, a fronteira do Retiro é uma das mais frequentadas do Alentejo, para além da fronteira do Caia. O acesso desde Espanha pode-se fazer desde a própria cidade de Badajoz, designadamente a zona industrial «El Nevero» e o bairro de «Los Colorines», conhecido bairro degradado que apresenta multiplicidade de cores nos prédios que o conformam. Para quem usa a auto-estrada A 5, pode apanhar a saída 403 e virar à direita pela BA 020. Desde Campo Maior é possível fazê-lo desde a N 371, muito degradada neste troço e que aguarda uma completa renovação que, pelos vistos, parece que está a caminho.

A fronteira está formada pelas alfândegas portuguesa e espanhola, ambas as duas, em estado de absoluta degradação, para além das casas que formavam o Posto Fiscal do Retiro, também abandonadas. O trânsito é muito intenso na zona, já que em 2004 a intensidade média diária ultrapassava com muito as 2 000 viaturas, número que, com certeza, terá aumentado significativamente estes anos, uma vez que se verifica uma intensificação das relações transfronteiriças. É de salientar ainda o facto de existir, nas proximidades, uma das fábricas da conhecida marca de café Delta, para além da que fica na Herdade das Argamassas, já na estrada que vai para Arronches e Portalegre.

Não queremos deixar de aproveitar a ocasião para protestar por uma situação que consideramos não é admissível como é o facto de o troço português ainda não ter sido arranjado. Embora não acreditemos que estas palavras sejam lidas pelos responsáveis aos que compete a titularidade desta estrada, é vergonhoso que não exista uma circular a Campo Maior e que os camiões tenham de continuar o seu percurso até Elvas para irem a Espanha só porque o trânsito está interdito nesta estrada pelo seu pavimento degradado, o que significa fazer mais 14 km. de forma absolutamente desnecessária.

O valor desta fronteira é, sobretudo, paisagístico. Há uma bela vista da planície do triângulo formado pelas localidades de Elvas, Badajoz e Campo Maior, uma planície de searas, girassóis, oliveira, pomares, e canais de rega e que se vai converter, em poucos anos, num centro neurálgico de comunicações, enquanto nó do futuro TGV da linha Lisboa-Madrid com a estação Elvas-Badajoz, de passageiros e mercadorias e a plataforma logística transfronteiriça do Caia.

E para demonstrar isto tudo, deixamos aos nossos leitores mais uma amostra fotográfica daquilo que acabamos de relatar.

Foto 1. Fronteira do Retiro. Alfândega portuguesa.
Foto 2. Fronteira do Retiro. Alfândega espanhola.
Foto 3. Marco fronteiriço situado à direita vindo de Campo Maior.
Foto 4. Marco fronteiriço situado à direita vindo de Badajoz. A risca nos campos marca a fronteira, situando-se Portugal à esquerda e Espanha à direita.
Foto 5. Estrada BA 020 com Badajoz à vista.
Foto 6. Marco fronteiriço com vistas para os campos espanhóis vizinhos.
Foto 7. Caminhos raianos. A fronteira passa pela berma inexistente à esquerda do caminho.
Foto 8. Terras espanholas vistas do caminho português.
Foto 9. Decadências alentejanas. Casas do Posto Fiscal do Retiro em ruínas.
Foto 10. Searas da Raia.
Foto 11. Cidade de Elvas vista do Retiro. Vejam-se os baluartes.


Ver Fronteira do Retiro-I num mapa maior

Mapa 1. Mapa de situação.


Ver Fronteira do Retiro-II num mapa maior

Mapa 2. Mapa pormenorizado da fronteira. Cada indicador corresponde a uma fotografia. Carregue para ver.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Espaços fronteiriços: Grande Lago-Alqueva-II

Segunda parte...

Foto 1. Grande Lago visto de Monsaraz com as terras de Cheles e Villanueva del Fresno ao fundo.
Foto 2. Barragem de Alqueva vista de Monsaraz.
Foto 3. Barragem vista entre baluartes.
Foto 4. Terras de xisto no Grande Lago.
Foto 5. Estrada alagada pela barragem.
Foto 6. Ancoradouro de Monsaraz.
Foto 7. Pôr do sol no Grande Lago (Monsaraz).
Foto 8. Vista do Grande Lago na ponte da N 256 (Reguengos-Mourão), vista Norte.
Foto 9. Monsaraz visto da ponte.
Foto 10. Grande Lago. Vista Sul da ponte da N 256.
Foto 11. Nova Aldeia da Luz.
Foto 12. Albufeira vista do Museu da Luz.
Foto 13. Zona onde ficou submersa a velha aldeia da Luz.
Foto 14. Pôr do sol no Grande Lago com essas intensas cores do Alentejo.
Foto 15. Embarcadouro da Aldeia da Luz.


Ver Alqueva-III num mapa maior

Mapa 1. Mapa de situação das fotografias 1 a 10.


Ver Alqueva-IV num mapa maior

Mapa 2. Mapa de situação das fotografias 11 a 15.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Espaços fronteiriços: Grande Lago-Alqueva-III

Terceira e última parte...

Foto 1. Miradouro do Monte. Albufeira de Alqueva na confluência do rio Degebe.
Foto 2. Vista geral de Amieira (c. de Portel).
Foto 3. Confluência do Degebe no Guadiana. Vista da planície e Serra da Adiça ao fundo.
Foto 4. Amieira (outra vista).
Foto 5. Vista geral de Amieira Marina.
Foto 6. Albufeira de Alqueva na Amieira Marina.
Foto 7. Albufeira vista da Amieira Marina.
Foto 8. Embarcadouro da Amieira Marina.
Foto 9. Reflexos no Grande Lago (Amieira Marina).
Foto 10. Confluência da Ribeira de Alcarrache no Guadiana.
Foto 11. Entre Estrela e Luz... (não é uma piada!!!).
Foto 12. Grande Lago na foz da Ribeira de Alcarrache.
Foto 13. Barragem de Alqueva. Vista entre nuvens.
Foto 14. Pôr do sol na Barragem (visto do coroamento).
Foto 15. Grande Lago visto da barragem (Nordeste).
Foto 16. Grande Lago visto da barragem (Norte).
Foto 17. Embarcadouro de Monte Novo do Ratinho.

Foto 18. Comporta da barragem.
Foto 19. Barragem de Alqueva. Coroamento.
Foto 20. Rio Guadiana após a barragem de Alqueva.
Foto 21. Moura vista da Barragem de Alqueva.



Ver Alqueva-V num mapa maior

Mapa 1. Mapa de situação das fotografias 1 a 9.


Ver Alqueva-VI num mapa maior

Mapa 2. Mapa de situação das fotografias 10 a 12.


Ver Alqueva-VII num mapa maior

Mapa 3. Mapa de situação das fotografias 13 a 21.