sábado, 10 de outubro de 2009

Fronteiras: Peso/Arbo

No vale do Minho, no meio das encostas dos campos dedicados ao cultivo da vinha, designadamente a casta «Alvarinho» (Albariño na Galiza e em galego), eis aqui uma ponte sobre o Minho, relativamente recente, que liga as localidades de Peso, no concelho de Melgaço, e de Arbo, na Galiza, na região da Paradanta, na província galega de Pontevedra.

Esta fronteira é a melhor opção para quem desejar visitar Melgaço, esta parte do vale do Minho e o Parque Nacional da Peneda Gerês, sendo que é a melhor via para chegar até Castro Laboreiro. Do lado da Galiza, é uma boa escolha para alcançar a A-52 ou auto-estrada das Rias Baixas perto da Cañiza para poder visitar as termas de Mondariz ou o burgo medieval de Ribadavia, sem esquecermo-nos da proximidade de Ourense e Vigo.

O Minho desce nestes lados entre rochas e penedos, sem ainda atingir o grau de navegabilidade que podemos ver já na vizinha Monção/Salvaterra do Minho ou ainda em Valença/Tui. Águas óptimas para tomar banho, como o demonstra o parque de lazer de Arbo que reflectem as fotografias, para além de serem águas onde a lampreia é o peixe rei, enchendo as panelas quentes das cozinhas minhotas (de ambos os lados do Minho) quando é a época.

Mas é a vinha e o vinho o que distingue esta região, com a marca Alvarinho, que em Portugal, fica incluída na Sub-região de Monção da Região dos Vinhos Verdes, se bem nada tem a ver um vinho verde qualquer (sem desprezá-los), com o sublime aroma e tacto de um Alvarinho. Apesar da casta «Alvarinho» ser idêntica em Portugal e na Galiza, há diferenças. Os vinhos da região do Grove ou Cambados, por exemplo, resultam mais azedos ao paladar, enquanto os vinhos d'O Rosal (a frente de Lanhelas e Seixas, c. de Caminha), já perdem parte desse azedume e já os alvarinhos de Monção e Melgaço não resultam azedos nem por isso. Talvez seja questão do clima, que é menos chuvoso e mais quente nesta região, nomeadamente no verão, o que faz que a uva amadureça mais rápido, atingindo um ponto de açúcar maior.

Daí que a paisagem destas terras, seja aquém ou além-Minho, seja muito semelhante, com domínio dos socalcos, casas em pedra de granito e espigueiros. E para usufruir da gastronomia da região, nada melhor do que se deliciar com um bom caldo verde e um bacalhau à Boavista, na Albergaria Boavista, simpático hotel e restaurante familiar com piscina situado na aldeia de Peso e de muito fácil localização, já que somente é preciso apanhar uma das saídas da rotunda a seguir à ponte fronteiriça, na EN202. De preferência com um bom «Alvarinho» da aldeia. Ou se se preferir uma refeição mais requintada, com vistas para o Minho, o restaurante «Panorama», em Melgaço, é uma óptima escolha, antes ou depois de ter passado pelo Solar do Alvarinho a fazer turismo enológico, com provas de vinho incluídas.

E se o almoço nos deixar ainda com forças, nada melhor que dar um pulinho até Castro Laboreiro e as outras aldeias serranas da Serra do Leboreiro, antes de chegarmos ao vale do Lima, quer até Entrimo, na Galiza, quer até Arcos de Valdevez ou Ponte da Barca depois de termos visitado o Santuário da Peneda e os espigueiros do Soajo.

Foto 1. Ponte sobre o Minho. Vista geral com Portugal ao outro lado do rio.
Foto 2. Rio Minho visto do Parque de lazer de Arbo. Outra vista da ponte.
Foto 3. Vale do Minho visto da parte galega.
Foto 4. Fronteira portuguesa.
Foto 5. Praia fluvial de Arbo.
Foto 6. Encostas de vinho de Albariño em Arbo. Casas e espigueiros.
Foto 7. Estrada da fronteira antes da sua entrada em Portugal.
Foto 8. Vista geral de Peso com a Serra da Peneda e do Laboreiro ao fundo.



Ver Fronteira Peso/Arbo num mapa maior

Mapa 1. Mapa de situação.

4 comentários:

  1. ¡Qué recuerdos! En los años 80 estuve trabajando mucho por toda esa zona cuando vivía en Vigo y por aquel tiempo no existía este puente ni tampoco el de Salvaterra/Monçao. Había que pasar en barca.

    Precisamente hace unos 3 ó 4 años estuve un fín de semana por la zona visitando Melgaço, el santuario da Peneda, Soajo, Lindoso, Ponte da Barca, etc. Magníficos paisajes y pueblos.

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  2. Se me olvidaba Ponte de Lima, imprescindible su visita aunque quede ya algo lejos.

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  3. Hoy viene en el periódico El País un reportaje sobre las sierras Gerés y Xurés.

    http://elviajero.elpais.com/articulo/viajes/parque/paises/elpviavia/20091024elpviavje_10/Tes

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  4. Gracias por tus comentarios. Leí el reportaje de "El País" y me trajo recuerdos. Me acuerdo de haber ido a tomar baños calientes en Riocaldo antes de instalar allí el balneario que existe. Por lo menos era gratis...

    Y de vez en cuando aún voy a darme un baño en el río Homem, en la cascada que menciona el artículo,a menos de medio km. de la Portela do Homem, en la misma frontera. El agua es tan pura que te deja la piel como la de un bebé. Y es muy fresca en esos días calurosos del verano.

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