domingo, 13 de junho de 2010

Fronteiras: Termas de Monfortinho/Moraleja

Banhada pelo rio Erges, ergue-se aqui a principal entrada do norte da Extremadura espanhola em Portugal, na Beira Interior. Estamos a falar da fronteira entre a aldeia de Termas de Monfortinho e Moraleja. É um rio que marca não só a fronteira mas também duas realidades culturais distintas como é óbvio.

Enquanto do lado de Portugal, apesar da importante queda na população residente, o habitat da região é caracterizado pela existência de pequenas aldeias, separadas umas das outras por não muitos quilómetros, na parte correspondente da Extremadura espanhola as aldeias ficam mais separadas umas das outras e existem localidades com uma população bem maior como é o caso de Moraleja com uns 7 000 habitantes. O habitat da região parece avançar o que podemos encontrar já no Alentejo. Daí que enquanto Termas de Monfortinho fica mesmo na linha da fronteira, as localidades espanholas mais próximas como são Moraleja e Zarza la Mayor (mesmo à frente de Salvaterra do Extremo) ficam a 30 e 22 km. de distância respectivamente.

O interesse da região, relativamente a esta parte do concelho de Idanha-a-Nova é óbvio. Primeiramente as próprias termas nas Termas de Monfortinho, mesmo ao lado do rio Erges e que acabou por ser uma espécie de bairro da aldeia primitiva, Monfortinho, do qual dista uns 3 km. Mas também resulta uma escolha óptima para visitar outras aldeias da região como Salvaterra do Extremo, Penha Garcia, a aldeia «mais portuguesa» de Monsanto, interessante exemplo de caos granítico ou inselberg onde a subida ao castelo é um passeio muito recomendado, para além do artesanato com as marafonas, típicas bonecas da aldeia e, obviamente, Idanha-a-Velha, a antiga Egitânia dos romanos, que é um verdadeiro museu ao ar livre com restos romanos, visigóticos, árabes e medievais.

Do lado da Extremadura espanhola resultam interessantes as localidades de Alcântara e Coria, a antiga Caurium romana, para além das localidades do Val de Xálima (Valverde del Fresno, Eljas e San Martín del Trevejo) onde é falado um dialecto galaico-português, segundo a maior parte dos filólogos se bem alguns dizem ser de origem leonesa. Definitivamente são localidades a não perder e que podem fazer-se em uma rota que nos leve pelo concelho da Idanha até estas terras extremenhas para voltar a Portugal pela fronteira de Penamacor e que resulta ideal na primavera, quando ainda o tempo não é assim tão quente.

Foto 1. Entrada a Portugal vista da ponte internacional.
Foto 2. Fronteira portuguesa e ponte internacional vista do lado de Espanha.
Foto 3. Ponte internacional e fronteira espanhola vista do lado português.
Foto 4. Sinalética de entrada em Espanha.
Foto 5. Termas de Monfortinho e vista das serras vizinhas vistas do lado de Espanha.
Foto 6. Rio Erges visto da ponte internacional (esquerda, Portugal; direita, Espanha).
Foto 7. Rio Erges no seu discorrer até ao Tejo (esquerda, Espanha; direita, Portugal).


Ver Fronteira Termas de Monfortinho/Moraleja num mapa maior
Mapa 1. Mapa de situação.

3 comentários:

  1. Hace unos 4 ó 5 años hice una bonita excursión por la zona desde Cáceres, visitando Brozas, Alcántara y su impresionante puente, Penha García, Monsanto, Idanha-a-Velha e Idanha-a-Nova. Totálmente recomendables todos los pueblos.

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  2. Quem mais sabe sobre a História desta fronteira é o Dr. Pedro Salvado de Castelo Branco, autor de uma tese académica sobre cooperação transfronteiriça.
    Conheço o homem e é mesmo um contrabandista de culturas, dos puros e dos poucos.

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  3. É pena que do lado português não se dê ao corredor desta fronteira qualquer importância. Há 150 anos ainda se mantinha a antiquíssima ligação Toletum-Conimbriga.

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