segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Fronteiras: Sendim/Baltar

Uma das regiões onde mais postos fronteiriços existem é no Barroso. É tradicional a relação da aldeia de Tourém, da qual teremos ocasião de falar em outro momento, com as vizinhas aldeias galegas. No entanto, nos últimos anos abriram-se novos pontos de passagem que atravessam a Serra do Larouco, limite natural desta região barrosã com a Galiza, das quais a mais importante pela ligação com Montalegre é a fronteira de Sendim/Baltar.

A fronteira está situada perto da aldeia de Sendim numa pequena passagem situada entre as montanhas envolventes da Serra do Larouco. Estas terras, próximas ao Couto Misto, e tão ricas em estórias de contrabando, têm agora umas boas comunicações que permitem chegar rapidamente de Montalegre até Xinzo de Limia, na região ourensana da Limia, onde nasce o nosso rio Lima, e vice-versa.

Na fronteira actual existe hoje uma área de serviço moderna, com bomba, café e loja, situada do lado português, para além de centro de lavagem e outros serviços (parece que estou a fazer publicidade!), mas o interesse vai para as aldeias vizinhas, que tanto na Galiza como no Barroso caracterizam-se pela dualidade entre os usos tradicionais do campo, com casas em pedra, sobretudo de granito, e as novas tendências impulsionadas pelos emigrantes, que construíram casas que muitas vezes nada têm a ver com a casa tradicional. O contraste é, por vezes, espantoso, até ao ponto de que muitas vezes pode saber-se quem emigrou e quem não, sendo isto talvez mais marcante na Galiza, já que na região da Limia houve muitos que emigraram para a Suíça designadamente, enquanto no Barroso foi mais a tradicional emigração para a França. Mesmo assim, vale a pena visitar Montalegre e o seu castelo, dar um passeio pelas aldeias barrosãs e galegas vizinhas o pela barragem do Alto Regabão ou simplesmente descontrair numa casa de aldeia a tomar um pequeno almoço à luz do sol na esplanada da casa. Acreditem. Vale mesmo a pena!

Outro ponto de destaque é a gastronomia. Quem gostar do polvo, não pode deixar de ir na feira de Xinzo de Limia onde comerá um bom polvo à feira, feito ao estilo galego. Mas quem gostar da carne, nada melhor do que uma posta de vitela barrosã, arroz de chouriça ou, agora que estamos já perto da Páscoa, um bom folar de Páscoa. Isso sem falar dos enchidos, que são do bom e do melhor. É que eu, francamente, não concebo uma viagem onde não haja essa fusão entre os prazeres do espírito, como é uma bela paisagem, o cheiro de um lugar, o património, falar com os vizinhos de uma aldeia, a pele tersa saída após um refrescante banho de Verão num rio qualquer..., com os prazeres da carne, que obviamente inclui uma boa refeição acompanhada de um bom vinho, para além de outras coisas que nem sempre têm de ser comida, é claro!

Foto 1. Fronteira portuguesa de Sendim, tomada mesmo do limite fronteiriço.
Foto 2. Sinal a anunciar a fronteira da Galiza, se bem o limite fronteiriço situa-se mesmo na parte de trás da casa que há ao fundo.
Foto 3. Entrada na Galiza vista do limite fronteiriço.
Foto 4. Marco fronteiriço situado na parte de trás da última casa portuguesa.
Foto 5. Área de serviço da fronteira. Vista geral.
Foto 6. Serra do Larouco vista para os lados de Sendim (situada na parte baixa da serra).
Foto 7. Serra do Larouco (vista para Leste) enquanto limite fronteiriço.
Foto 8. Vista das terras galegas da Limia da fronteira.


Ver Fronteira Sendim/Baltar num mapa maior

Mapa 1. Mapa de situação.

3 comentários:

  1. Otra que no conozco. Montalegre aparte del castillo ¿merece la pena la visita?.

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  2. Hola Toni.

    Perdona el retraso en contestarte.

    En Montalegre puedes visitar no solo el castillo, sino también la Casa do Cerrado, la Igreja do Castelo y el Ecomuseu do Barroso. Además, cerca tienes las Mamoas da Veiga, un conjunto de cinco "antas" o túmulos megalíticos.

    Por supuesto, no te puedes perder el monasterio de Pitões das Júnias, que fue una filial del monasterio ourensano de Santa María de Oseira y que es una joya del románico primitivo. Se encuentra cerca de esta aldea, al lado de un riachuelo en medio de un paraje absolutamente arrebatador.

    Tampoco se puede dejar de ver Tourém, que tiene acceso fácil desde Calvos de Randín pasando el embalse (barragem) das Salas y donde aún existen casas con cubierta vegetal (hoy usadas como establos) y el «Forno do Povo», dentro de esas tradiciones comunitarias que aún perviven.

    También merece la pena, si eres adepto de las medicinas alternativas, la Feira de Chás (Tes)de Vilar de Perdizes, a la que puedes acceder por Verín por la frontera de A Xironda.

    Finalmente, un lugar espectacular es el puente conocido como Ponte da Mizarela, muy relacionado con la Guerra Peninsular (que es conocida en España como Guerra de la Independencia) en una zona de desfiladeros impresionante.

    Y, por supuesto, no hay que olvidarse de la comida. Los embutidos y la ternera (vitela) son absolutamente imprescindibles.

    Para un fin de semana resulta una escapada perfecta, que se puede combinar con una visita del Couto Misto (actualmente en Galicia) y unas visitas a las zonas balnearias de Riocaldo (Lobios), en Galicia, en el parque transfronterizo de Gerês/Xurés y, obviamente, la localidad termal de Gerês y el embalse de Caniçada (donde se pueden practicar deportes náuticos), así como bañarse en la cascada que hay justo tras pasar la frontera, en la zona portuguesa, en la Portela do Homem.

    Para el concelho de Montalegre te dejo el siguiente link:

    http://www.cm-montalegre.pt/downloads/mapa_tur.pdf

    Se trata de un mapa del municipio con todo lo que hay para ver.

    Si alguna vez te animas, no dudes en contactarme para recomendarte algún restaurante por la zona, ya que te estoy escribiendo de memoria.

    Perdona la extensión del escrito y espero que te haya satisfecho tu curiosidad.

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  3. Muy agradecido por las pistas turísticas. Esa zona no la conozco en cambio sí estuve más de una vez en la zona occidental de la serra do Gerês.

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