No Parque Natural do Douro Internacional, no limite entre as regiões de Trás-os-Montes, a Beira Interior e a província de Salamanca, num espectacular recanto, situa-se a fronteira de Barca d'Alva. Esta fronteira tem algo de mágico, talvez pelo facto de se encontrar ali a velha linha de comboio que dá ao lugar um certo ar decadente mas, ao mesmo tempo, muito charmoso.
Barca d'Alva era o ponto de chegada da Linha do Douro, essa linha que atravessa uma das mais lindas regiões de Portugal: o Douro Vinhateiro. Uma viagem que vale mesmo a pena, a combinar até com os cruzeiros que fazem passeios pelo rio, enquanto é possível ficar num desses solares fantásticos a se deliciar em provas de vinho ou simplesmente descontrair e relaxar. Uma linha que custou as economias da burguesia da Invicta, que nunca mais se recuperou, no seu intento de comunicar-se com o resto da Europa, garantindo assim a ligação com Salamanca.
Infelizmente, uma decisão unilateral do Governo espanhol, a linha Salamanca-La Fregeneda encerrou em 1985, obrigando assim ao encerramento do troço entre Barca d'Alva e o Pocinho em 1988, actual ponto final da linha. Começou assim um declínio continuado na aldeia, que vivia por e para o trânsito ferroviário, acabando por morrer grande parte do comércio local. A velha ponte de ligação com Espanha ficou a definhar, apanhando ferrugem...
O lugar é espectacular porque o Douro faz uma curva na que entra definitivamente em Portugal, deixando atrás a parte internacional, das chamadas Arribas. Arribas que se prolongam no rio Águeda que desagua mesmo lá, a uns metros da ponte ferroviária, e servindo como limite fronteiriço. Lá do lado espanhol, situa-se o embarcadouro de Vega de Terrón, pertencente ao concelho de La Fregeneda, na província de Salamanca, e ponto mais baixo da região leonesa, depois de cerca de 100 km. de troço compartilhado em que a altitude desce dos 700 m. a menos de 200, sendo que há pontos em que a descida é de até 8 m. num quilómetro de comprimento.
Mas nem tudo é negativo. A conversão do Douro num espaço navegável, graças às eclusas das sucessivas barragens do rio, tem sido um bom contributo ao desenvolvimento turístico da região, sendo hoje possível fazer percursos de viagem do Porto até Vega de Terrón (excursão a Salamanca incluída). Sem dúvida, esta pujança do sector turístico numa área que, para além da agricultura, não tinha grandes possibilidades de desenvolvimento, terá sido a principal razão para o recente anúncio do Governo da sua intenção de avançar com a reabertura da linha ferroviária entre o Pocinho e Barca d'Alva, o que significa que a batata quente passa agora para o lado de Espanha, uma vez que os municípios afectados da província de Salamanca são a favor de reabrir o troço entre Barca d'Alva e a cidade charra (charros é o nome que recebem os habitantes de Salamanca).
Entretanto, foi construída uma ponte rodoviária entre La Fregeneda e Barca d'Alva que abriu ao trânsito em 1999, comunicando assim duas aldeias que não tinham, às portas do século XXI, nem uma ligação digna da modernidade que tanto gostam os políticos de apregoar.
É, sem dúvida, uma região que vale a pena conhecer, com um microclima específico que favorece o cultivo da oliveira (não esqueçamos que a norte fica a Terra Quente transmontana, onde se fazem alguns dos melhores azeites do mundo), a amendoeira (giríssima em flor) e, em geral, árvores do pomar, no meio de uma paisagem abrupta, com fortes descidas onde a natureza regala-nos cantinhos absolutamente espectaculares.
Barca d'Alva era o ponto de chegada da Linha do Douro, essa linha que atravessa uma das mais lindas regiões de Portugal: o Douro Vinhateiro. Uma viagem que vale mesmo a pena, a combinar até com os cruzeiros que fazem passeios pelo rio, enquanto é possível ficar num desses solares fantásticos a se deliciar em provas de vinho ou simplesmente descontrair e relaxar. Uma linha que custou as economias da burguesia da Invicta, que nunca mais se recuperou, no seu intento de comunicar-se com o resto da Europa, garantindo assim a ligação com Salamanca.
Infelizmente, uma decisão unilateral do Governo espanhol, a linha Salamanca-La Fregeneda encerrou em 1985, obrigando assim ao encerramento do troço entre Barca d'Alva e o Pocinho em 1988, actual ponto final da linha. Começou assim um declínio continuado na aldeia, que vivia por e para o trânsito ferroviário, acabando por morrer grande parte do comércio local. A velha ponte de ligação com Espanha ficou a definhar, apanhando ferrugem...
O lugar é espectacular porque o Douro faz uma curva na que entra definitivamente em Portugal, deixando atrás a parte internacional, das chamadas Arribas. Arribas que se prolongam no rio Águeda que desagua mesmo lá, a uns metros da ponte ferroviária, e servindo como limite fronteiriço. Lá do lado espanhol, situa-se o embarcadouro de Vega de Terrón, pertencente ao concelho de La Fregeneda, na província de Salamanca, e ponto mais baixo da região leonesa, depois de cerca de 100 km. de troço compartilhado em que a altitude desce dos 700 m. a menos de 200, sendo que há pontos em que a descida é de até 8 m. num quilómetro de comprimento.
Mas nem tudo é negativo. A conversão do Douro num espaço navegável, graças às eclusas das sucessivas barragens do rio, tem sido um bom contributo ao desenvolvimento turístico da região, sendo hoje possível fazer percursos de viagem do Porto até Vega de Terrón (excursão a Salamanca incluída). Sem dúvida, esta pujança do sector turístico numa área que, para além da agricultura, não tinha grandes possibilidades de desenvolvimento, terá sido a principal razão para o recente anúncio do Governo da sua intenção de avançar com a reabertura da linha ferroviária entre o Pocinho e Barca d'Alva, o que significa que a batata quente passa agora para o lado de Espanha, uma vez que os municípios afectados da província de Salamanca são a favor de reabrir o troço entre Barca d'Alva e a cidade charra (charros é o nome que recebem os habitantes de Salamanca).
Entretanto, foi construída uma ponte rodoviária entre La Fregeneda e Barca d'Alva que abriu ao trânsito em 1999, comunicando assim duas aldeias que não tinham, às portas do século XXI, nem uma ligação digna da modernidade que tanto gostam os políticos de apregoar.
É, sem dúvida, uma região que vale a pena conhecer, com um microclima específico que favorece o cultivo da oliveira (não esqueçamos que a norte fica a Terra Quente transmontana, onde se fazem alguns dos melhores azeites do mundo), a amendoeira (giríssima em flor) e, em geral, árvores do pomar, no meio de uma paisagem abrupta, com fortes descidas onde a natureza regala-nos cantinhos absolutamente espectaculares.
Ver Barca d'Alva num mapa maior
Mapa 1. Mapa de situação da região com ponto indicador da fronteira.