Na região da Beira Interior, no concelho do Sabugal, encontramo-nos com mais uma fronteira, neste caso na freguesia de Aldeia da Ponte. A pouco mais de 5 km. chegamos até à aldeia de Alberguería de Argañán, na província de Salamanca, com uma paisagem de peneplanície muito semelhante.
Resulta interessante para quem quer comparar ambos os dois lados da Raia, visto ficar perto da fronteira da qual já falamos anteriormente de Batocas/Alamedilha e Aldeia do Bispo/Navasfrías, o que é muito importante em termos de ligações transfronteiriças e vontade de entendimento e comunicação.
Resulta ainda uma região muito interessante do ponto de vista dos recursos naturais e histórico. Do ponto de vista histórico contamos com o facto de esta região ter pertencido à região de Riba Côa, na posse do reino de Leão até ao Tratado de Alcanices de 1297. De facto, temos estudos de Lindley Cintra que falam dos dialectos leoneses que cá se falavam antes de se impor definitivamente a nossa língua portuguesa, como ficou demonstrado nos foros de Castelo Rodrigo. Sem dúvida, a fortaleza desses falares foi muito menor, visto que os falares ásturo-leoneses ainda pervivem na língua mirandesa e nos falares raianos de Rio de Onor, Guadramil, Deilão e Petisqueira, no Nordeste Transmontano. Quer seja porque se trata de uma região menos isolada, mais exposta a novas influências, quer seja porque a influência desses falares foi muito menor, a realidade é que o que se fala na região é um dialecto beirão, com alguns traços talvez ásturo-leoneses como o facto de chamarem ao grão-de-bico "gravanços". Resulta interessante a visita ao património de aldeias como Alfaiates ou Vilar Maior, para além da vila do Sabugal. É linda de ver a aldeia da Sortelha, se bem que já fica longe do espaço propriamente raiano.
Do ponto de vista biológico é imprecindível a visita à Serra de Malcata, que pode ser ampliada, além fronteiras, para a Serra de Gata, nomeadamente na região de El Rebollar, dependente de Ciudad Rodrigo, mas próxima à fronteira, onde ainda se conservam traços dos antigos falares ásturo-leoneses. A fauna e flora destas serras é simplesmente espantosa, para além de nos proporcionar belas vistas e flashes de um mundo em transição, onde ainda se conservam antigas tradições que, infelizmente, não voltará.
Resulta interessante para quem quer comparar ambos os dois lados da Raia, visto ficar perto da fronteira da qual já falamos anteriormente de Batocas/Alamedilha e Aldeia do Bispo/Navasfrías, o que é muito importante em termos de ligações transfronteiriças e vontade de entendimento e comunicação.
Resulta ainda uma região muito interessante do ponto de vista dos recursos naturais e histórico. Do ponto de vista histórico contamos com o facto de esta região ter pertencido à região de Riba Côa, na posse do reino de Leão até ao Tratado de Alcanices de 1297. De facto, temos estudos de Lindley Cintra que falam dos dialectos leoneses que cá se falavam antes de se impor definitivamente a nossa língua portuguesa, como ficou demonstrado nos foros de Castelo Rodrigo. Sem dúvida, a fortaleza desses falares foi muito menor, visto que os falares ásturo-leoneses ainda pervivem na língua mirandesa e nos falares raianos de Rio de Onor, Guadramil, Deilão e Petisqueira, no Nordeste Transmontano. Quer seja porque se trata de uma região menos isolada, mais exposta a novas influências, quer seja porque a influência desses falares foi muito menor, a realidade é que o que se fala na região é um dialecto beirão, com alguns traços talvez ásturo-leoneses como o facto de chamarem ao grão-de-bico "gravanços". Resulta interessante a visita ao património de aldeias como Alfaiates ou Vilar Maior, para além da vila do Sabugal. É linda de ver a aldeia da Sortelha, se bem que já fica longe do espaço propriamente raiano.
Do ponto de vista biológico é imprecindível a visita à Serra de Malcata, que pode ser ampliada, além fronteiras, para a Serra de Gata, nomeadamente na região de El Rebollar, dependente de Ciudad Rodrigo, mas próxima à fronteira, onde ainda se conservam traços dos antigos falares ásturo-leoneses. A fauna e flora destas serras é simplesmente espantosa, para além de nos proporcionar belas vistas e flashes de um mundo em transição, onde ainda se conservam antigas tradições que, infelizmente, não voltará.
Foto 1. Limite fronteiriço de Portugal visto do lado de Espanha.
Foto 3. Vista geral de Alberguería de Argañán.
Foto 4. Vista geral de Aldeia da Ponte.
Ver mapa maior
Mapa 1. Mapa de situação da fronteira e de ambas as aldeias.
Intersante zona. No conozco no Alfaitaes ni Vilar Maior, pero Sortelha es uno de los pueblos más bonitos que conozco en Portugal. También merece la pena visitar Penamacor aunque queda más al sur.
ResponderEliminarEn cuanto a los dialectos astur-leoneses es curioso que no quede casi rastro en esta zona. En cambio en la sierra de Gata en concreto en San Martín de Trevejo, Eljas y Valverde del Fresno (nombres en español) sí que se siguen hablando con buena salud. Algunas instituciones de Galicia se empeñan en decir que es gallego lo que hablan, pero cualquier persona aunque no sea lingüista, ve que las terminaciones en "i" y en "u" que hay en estas "falas", no tienen mucho que ver con el gallego y sí con el astur-leonés.
Cierto. Sortelha es una aldea linda, con mucho encanto. En cuanto a los dialectos de Xálima, que es como llaman a la zona en su dialecto, es un tema muy controvertido. Hay una minoría que piensa como tú, y lo califica de un dialecto astur-leonés, pero la mayoría lo define como un dialecto galaico-portugués, pudiéndose decir que los que definen el dialecto como gallego meridional defienden ya una posición extrema.
ResponderEliminarEl nombre de galaico-portugués se debe, sin duda, a que no se puede definir ni como gallego normativo ni como portugués normativo, sino que presenta una interesante mezcla de ambas variedades diatópicas, junto con algunas influencias astur-leonesas. En cualquier caso, las terminaciones en "u" a las que te refieres son fonéticas. En nuestra lengua portuguesa la "o" y la "e" a veces se cierran mucho, dando lugar a sonidos como "u" e "i" como por ejemplo en "galo" que se pronunciaría más o menos "galu" o "areeiro", que se pronuncia "arieiru". Lo que pasa es que esa pronunciación no resulta tan evidente porque el castellano suele definir bien sus vocales, cosa que no acontece con la lengua portuguesa, donde hay una variedad vocálica mucho mayor. Por eso esas terminaciones no pueden ser tomadas como indicativas de un "falar" astur-leonés, porque están presentes también en la lengua portuguesa.
Espero que estos detalles, no obstante, no te hayan resultado demasiado técnicos. He intentado explicarme de la forma más sencilla posible.
No seré yo quien discuta lo que comentas ya que está claro que entiendes mucho más del tema que yo.
ResponderEliminarNavegando por Internet encontré unas cusiosas fotos de una frontera en la Raya/Raia. No tengo ni idea de donde se encuentra. A ver si lo sabes tú.
ResponderEliminarhttp://www.entretente.net/790/Frontera-Espana-Portugal
No te puedo decir exactamente de dónde es esa frontera porque se nota que es una frontera local y debe ser de las (pocas) que aún me quedan por recorrer.
ResponderEliminarDe todas formas tengo claro que se trata de una frontera situada en cualquiera de tres concelhos de Montalegre, Chaves o Vinhais por el inconfundible paisaje transmontano. Por tanto, limita con la provincia de Ourense. Con todo, la mala calidad de las fotografías no me ha permitido ver a qué escudo corresponde el escudo que aparece en el indicador de Portugal, que debe pertenecer a algún municipio gallego, por la forma de la corona, que es claramente monárquica.
Por eso, tras un barrido del Google Maps me atrevo a aventurar que tal vez se trate de la frontera entre Xironda y Santo André, aunque sin convencimiento absoluto. Si no, se trataría de una frontera más para la zona de Vinhais.
De todos modos, te agradezco el link y, como tengo intención de ir por el verano por esos lados, quizá logre descubrir el misterio. Je. Je. Je.